Cloud Computing: Conceitos, estrutura e viabilidade

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo compreender como funciona a computação em nuvem, assim como os tipos de modelos de nuvem, sua estrutura e proposta de segurança. Tal pesquisa proporcionará uma compressão maior sobre tema, possibilitando uma análise sobre a viabilidade da utilização da cloud computing.

Introdução

A Cloud Computing (computação em nuvem) é um novo modelo de computação que possibilita acessar arquivos e executar diferentes tarefas em qualquer lugar, independentemente da plataforma, sem a necessidade de instalar aplicativos ou programas, bastando apenas ter um terminal conectado à Internet. Com a computação em nuvem, o armazenamento de dados é feito em serviços online, na nuvem.

 
O modelo de computação em nuvem permite que seus usuários acessem seus serviços, sem a necessidade de terem conhecimentos técnicos sobre a tecnologia usada por trás. A partir desta característica a palavra “nuvem” surge, sendo uma metáfora para a Internet, ocultando a complexidade da infraestrutura. Cada parte da infraestrutura deste novo modelo de computação é equivalente a um serviço, e todos os serviços ou aplicações são alocados em grandes centros de dados, chamados de data centers. Isto dispensa a necessidade de os usuários terem máquinas sofisticadas e altos recursos computacionais para executarem determinadas tarefas. Com a nuvem, basta ter uma máquina com um sistema operacional, um navegador e acesso à Internet.
A computação em nuvem foi criada com a ideia de fornecer serviços de fácil acesso, baixo custo e com garantias de disponibilidade e escalabilidade. Sendo assim, uma das características deste modelo é a possibilidade de o usuário adquirir e pagar apenas pelo que usa, como tempo de processamento no servidor ou armazenamento na rede.  

Serviços na computação em nuvem

Figura 2: Modelos de Computação em nuvem

Os modelos baseados na implementação em nuvem são classificados de acordo com os recursos fornecidos ao usuário e como eles serão utilizados. Podem ser divididos em quatro principais classes, a Infraestrutura como Serviço (IaaS), a Plataforma como Serviço (Paas), o Software como Serviço (SaaS) e o Database como Serviço (DaaS).
A classe Software como Serviço (SaaS) pode ser considerada como o nível mais alto de abstração. Neste modelo, os usuários acessam os serviços da nuvem através de navegadores de internet, sem ter o conhecimento de onde tais serviços realmente estão sendo executados. A Microsoft Azure e o Microsoft Office Online são exemplos de SaaS.
No modelo Infraestrutura como Serviço (IaaS), os recursos de hardware, como capacidade de armazenamento, processamento e comunicação de dados, são fornecidos como serviço para o cliente. Tal disponibilidade é feita através de VM (Máquinas Virtuais). Os responsáveis pela configuração e fornecimentos da estrutura deste modelo são os provedores de Iaas. CloudSim e a Amazon Elastic Compute Cloud são exemplos deste tipo de serviço.
A classe Database como Serviço (DaaS) é responsável pelo gerenciamento de banco de dados. Esta classe influencia diretamente no preço do serviço de computação em nuvem, pois quanto maior o banco de dados, maior será a sua gestão, segurança, integração e desempenho.
A Plataforma como Serviço (PaaS), que apresenta uma plataforma de desenvolvimento para o cliente. Esta fornece ao desenvolvedor as ferramentas necessárias para criar e hospedar aplicativos Web. Devido a PaaS, o desenvolvedor pode realizar seu trabalho, sem se preocupar com os servições de desempenho necessários para o mesmo, tais como o gerenciamento dos servidores, armazenamento, rede e bancos de dados, dentre outras. Um exemplo deste modelo é a ferramenta Google App Engine.
Podemos observar na figura 2, que estas classes de computação em nuvem se comportam como modelo de pilhas. Dessa forma, a IaaS corresponde a todos os recursos da pilha de infraestrutura desde as instalações até as plataformas de hardware em conjunto com as aplicações do com o DaaS. Esta pode possuir ainda uma interface de programação e aplicação (APIs), que proporciona uma gestão e outras formas de interação com a infraestrutura por parte dos usuários. Acima desta, está a camada PaaS, responsável pela integração dos sistemas com frameworks de desenvolvimento de aplicativos, pelos recursos para medição entre software e demais aplicações, pelas funções para a utilização dos bancos de dados, dentre outras. E por ultimo, como a camada mais externa da pilha, está a SaaS, que fornece um ambiente operacional destinado ao usuário.
Há ainda outras classes de Cloud Computing, como a Comunicação como Serviço (CaaS), Tudo como Serviço (XaaS), Banco de Dados como Serviço (DBaaS), Segurança como Serviço (SECaaS), Função como serviço (FaaS) e a Back-end móvel como serviço (MBaaS).

Modelos de Implementação

A computação em nuvem é classificada em diferentes tipos de modelos de implementação, de a cordo com o acesso e disponibilidade do ambiente. Apesar da ideia da cloud computing ser conceder acesso a todo conteúdo da nuvem para qualquer lugar e usuário, algumas aplicações necessitam de um certo nível de controle das informações compartilhadas e visibilidade da nuvem. Portanto, devido a esta necessidade, convencionou-se dividir em três tipos de modelos, nuvem pública, privada, híbrida e comunitária.
No modelo público (Public Cloud), os serviços são disponibilizados para o público em geral ou grandes grupos de industrias. Neste modelo, não são aplicadas restrições de acesso quanto ao gerenciamento de redes ou ao conteúdo.
O modelo de nuvem privada (Private Cloud) são implementados exclusivamente para uma única organização. Esta tem o controle de acesso e conteúdo de toda a nuvem, fazendo o uso de tecnologias de autenticação e autorização.
A nuvem híbrida (Hybrid Cloud) é composta por dois modelos de implementação juntos. Geralmente composta pelos modelos públicos e privados, que proporciona a ampliação dos recursos da nuvem privada, a partir da junção com a pública. No caso da nuvem híbrida ser composta por nuvem pública e privada, a mesma é caracterizada pela possibilidade da nuvem privada ter seus recursos ampliados pela reserva de recursos em uma nuvem pública.
Por ultimo, o modelo comunitário (Community Cloud) possui uma infraestrutura compartilhada por clientes, com as mesmas demandas, políticas e objetivos.

Segurança na computação em nuvem

Optar pelo uso da computação em nuvem significa colocar dados particulares em servidores espalhados até mesmo ao redor do mundo. A confiabilidade e segurança destes dados é um dos maiores obstáculos deste modelo de computação.
A perda de dados, a vulnerabilidade dos mesmos são problemas que fazem muitas empresas pensarem duas vezes antes de migrarem para a computação em nuvem. Além disto, é preciso confiar na equipe da empresa provedora do serviço contratado, para que não haja uma sabotagem interna. Outro problema que também causa preocupação no uso deste modelo é o desvio de tráfego, contas e serviços, pois a autenticação feita de forma insegura, pode colocar o acesso aos dados ou até mesmo do gerenciamento da nuvem a usuários indesejáveis.
Para combater estes medos e inseguranças da Cloud Computing, a CSA (Cloud Security Alliance) elaborou e dividiu estratégias e áreas com o objetivo de combater os principais problemas da computação em nuvem. Dentre eles estão: a Governança e Gestão de riscos Corporativos, os Aspectos Legais e Electronic Discovery, Gestão do Ciclo de Vida da Informação. Tem-se ainda a Segurança Tradicional, Continuidade de negócios e Recuperação de desastres, que é um domínio capaz de determinar como a computação em nuvem afeta os processos e procedimentos operacionais atualmente usados para programar a segurança, continuidade de negócios e recuperação de desastres; Operação do Data-center, que avalia a arquitetura e a operação de um fornecedor de datacenters; Segurança de Aplicação, responsável por proteger o software ou aplicação que está sendo executada ou desenvolvida na nuvem; Gestão de criptografia, responsável por identificar e gerir as criptografias utilizadas e suas respectivas chaves de acesso.

Discussão sobre a migração para um sistema em nuvem

Figura 3: Rede física ou computação em nuvem

Ao analisar a estruturas e conceitos aplicados na segurança em computação em nuvem, em comparação com a rede tradicional, é possível notar uma certa semelhança. Nas redes físicas existe um controle total da informação por parte do prestador que a implementa, exigindo a adoção de políticas de segurança e uso de técnicas e ferramentas tradicionais na rede física. Como as redes físicas passam uma impressão de serem mais seguras, devido ao fato dos servidores e todo sistema está dentro da empresa ou organização, isto pode proporcionar uma falta de atenção e cuidado com a segurança dos mesmos e, caso a empresa não tenha os devidos cuidados, pode deixar sua rede até mais insegura que a em nuvem. Diferentemente dos serviços em nuvem, no qual as empresas prestadores de tais serviços são especialistas no assunto, e como o ramo de atuação é exclusivamente o fornecimento de tais serviços, possuem todo o cuidado possível e atenção a segurança e confiabilidade.
A cloud computing é uma tecnologia que está em desenvolvimento deste a década de 1970, mas que se tornou usual mais recentemente. A escolha por optar ou não em migrar um sistema em rede física para em nuvem deve ser tomada após analisar todos os termos e critérios de segurança de uma empresa provedora de tal serviço. Devido a redução de custos com infraestrutura e com mão de obra qualificada, pode-se afirmar que optar por um bom serviço em nuvem é mais vantajoso do que utilizar as redes tradicionais. Com o desenvolvimento da nova geração de conexão móvel, o 5G, que promete uma maior taxa de transferência, a utilização dos sistemas em nuvem pode se tornar ainda mais popular.

Conclusão

A cloud computing é com a certeza o futuro da computação. Esta ainda é passível de eventuais problemas, mas devido a redução de custos proporcionada, é uma opção que pode se tornar vantajosa para muitos casos. Com o crescimento no mercado e na popularidade, os provedores de serviços em nuvem tem cada vez mais se empenhados em oferecer soluções, em serviços e segurança, que mais se adequam as necessidades e demandas de seus usuários.

Questionamento

Como se organiza a estrutura em pilha da computação em nuvem?
Quais as principais vantagens em migrar para um sistema em nuvem?

Referências Bibliográficas

PEREIRA, Adan Lúcio, PENHA, Elton Wagner Machado. Computação em Nuvem: A segurança da informação em ambientes na nuvem e em redes físicas. Universidade Federal de Espírito Santo (UFES). 2016.
ZANUTTO, Bruno Gonçalves. Segurança em Cloud Computing. Universidade Federal de São Carlos.
SOUSA, Flávio R. C., MOREIRA, Leonardo O. e MACHADO Javam C. Computação em Nuvem: Conceitos, Tecnologias, Aplicações e Desafios. Capítulo 7. Universidade Federal do Ceará (UFC).
PEDROSA, Paulo H. C. Computação em Nuvem. UNICAMP.

Sobre o autor
Luiz Henrique Pereira Carvalho, 20 anos. Técnico em Eletroeletrônica pelo CEFET-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) e graduando em Engenharia de Controle e Automação pelo IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais). Atualmente atuando como Sales Engineer em motores elétricos, motobombas, compressores, e drives e controls para automação e acionamento de motores elétricos.